sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Arrependimentos

     Palavras perdidas, gestos, palavras por dizer… A dor, o arrependimento e a insignificância do teu próprio eu no meio de algo tão maior… Quantas vezes já te sentiste assim? Pois, certamente que o sentiste. Não importa o quando, o como ou o porquê, apenas sentiste, e sentiste-o tal como eu por vezes o sinto...
                Não sou melhor que qualquer um de vocês, pior? Talvez, não sei… Cada um pode ver em mim a face que quiser ver… O preto ou o branco, a luz ou a escuridão, alguém a quem amar ou alguém a quem odiar, ou quem sabe alguém quem ignorar. De entre todas as dúvidas, uma coisa é certa, nunca me odiarás mais do que eu a mim mesmo, nunca me culparás mais do que eu me culpo, nunca pensarás mais nisso do que eu penso, nunca desejarás mais voltar atrás do que eu desejo… Estarei errado? Sim, talvez estarei… Mas quem estará certo neste mundo? Existe a verdade e a mentira? Existe o bem e o mal? Existe o certo e o errado? Sim existe… Mas tu não estás certo ou errado, tal como eu não o estou, tal como o mundo á tua volta não o está…
                Este sou eu… Aquele a quem as trevas do passado tentam ofuscar a luz do presente, a quem a verdade abandonou e a dor acolheu de braços abertos, aquele a quem a noite ouve o clamor do seu choro, e seca as lágrimas que a caneta teima em tingir suavemente no papel na forma de palavras… Sim, este sou eu…
                  Ama-me, odeia-me, mas por favor nunca me ignores…

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

É Noite

             É noite… A lua ergue-se bem no alto dos céus iluminado as trevas na cidade. O calor do verão sentido na pele, contrasta com o gelo em que por vezes sentimos bem dentro do nosso coração. O passado, o presente… O passado que queríamos como presente, e até o passado que não desejamos que aconteça nem num futuro distante. Frias palavras saem da minha boca, enquanto a emoção que sinto cá dentro é tão diferente, tão quente, tão forte e tão pura… Quem sou eu? Sim, quem sou? Em que me tornei? Naquilo que me quis tornar, ou naquilo que me tornaram? Respostas não tenho, mas vocês também não…
                Por vezes não entendo, não entendo como alguém pode ver tantas coisas boas em mim, quando eu mesmo por vezes me detesto tanto, detesto tanto a forma como sou, o que penso, o que faço… Mas sim, é por esses que vivo, por esses que dizem ver algo de bom em mim, é por esses que consigo manter.me de pé, num mundo que a cada dia nos tenta mandar abaixo mais uma vez, nos tenta dizer aquilo em que nós próprios já acreditamos, que a beleza da vida não é uma certeza, mas a beleza de não estar nela também não o é… Nesta sociedade tão errada, onde a frieza no olhar é uma constante, onde está certo o que está errado e está errado o que está certo…

Dear Past

              Ao olhar para trás, vejo essa nuvem negra que é o meu passado, essa nuvem cheia de ilusões e desilusões, de uma palavra fria em troca de um carinho, de um vazio quando a alegria paira no ar, da mentira, da dor, e da solidão… Pergunto-me por vezes se ela já fará parte de mim mesmo, sim, não poderei viver sem ela? Afinal, é ela que me inspira, é ela que faz de mim aquele que tu vez, aquele que amas ou aquele que odeias, aquele a quem ignoras ou aquele a quem procuras… Não sou apenas eu, sou eu, e ela.
                És tu que fazes transformar um sorriso numa lágrima ou quem sabe uma lágrima num sorriso. Por ti sofro, por ti choro, por ti vivo nestes momentos, em que o presente parece já não fazer sentido… És talvez a mais perfeita desculpa para o meu verdadeiro “eu” e ao mesmo tempo aquela que mais quero esconder.