Hoje pego na caneta e escrevo
novamente. No fundo pela mesma razão que antes, por amor, mas talvez não na
mesma situação que antes. Olho pra trás, olho pro primeiro dia em que os meus
pés pisaram este chão, e arrependo-me. Sinto o amargo gosto do arrependimento
por casa coisa que não fiz, por cada coisa que deveria ter feito diferente. Por
não ser em tantos momentos aquele que tu sempre até esta mesma noite, merecias
que eu fosse... Mas sim, eu sei, palavras são apenas palavras. Reconheço o meu
erro, mas marco nestas páginas, em que talvez escreva hoje pela ultima vez, o
meu sentimento... Uma amarga mistura de saudade com arrependimento, que paira
em todo o amor que o meu coração teima em sentir por ti.
Palavras são apenas palavras, mas sentimentos... Sim, esses
batem forte ca no fundo... De que me vale a casa em que me refugio, se é no teu
peito que sinto o verdadeiro refugio do meu coração? De que me vale as luzes
que iluminam esta cidade, nestas noites escuras em que a precorro, se é o teu
olhar a unica luz que ilumina o meu ser... De que servem os dias, de que serve o
tempo, de que serve a correria de mais uma manhã em que acordo apressado se não
te poder dar um beijo de bom dia dizendo o quanto te amo. De que vale o sol que
de dia me aquece, se á noite as lagrimas que de mim correm teimarem em deixar o
meu rosto molhado? De que vale... Sim... de Que vale....?
De que vale amar se não for a ti?
De que vale estar feliz, se não fizer com que um sorrizo se esboce no teu
rosto? No fundo, de que vale tudo o que sou, tudo o que construí, e tudo o que
hoje sou, se ainda que longe, não estiveres aqui...
Aceito este amargo fruto de todas
as minhas decisões apressadas, de toda a minha arrogancia que me corrompe por
dentro e que me mata a cada dia que passa. De todo o tempo que não te dediquei,
de tudo o que queria ter sido o não fui, e que hoje choro por tanto temer já
não poder ser... Aceito tudo isso, essa saudade, esse estranho sentimento que é
a tua ausencia, sentindo-te ainda assim presente em tudo o que olho, mesmo
quando olho para dentro de mim mesmo... Mas amo-te... e não podia deixar de to
dizer...
Forever, Your Fallen
Angel