O tempo
passou, o frio parece teimar em espreitar por entre os dias quentes que ainda
agora chegaram. E eu, aqui me encontro, sentado e observando a janela deste meu
castelo. Raios luminosos ao fundo, destoam fumenagtes na escuridão da noite
parecendo querer trazer-nos a todos a alegria, fazendo-nos esquecer dos
problemas da vida lá fora... Será?!
Eis
que na calçada, oiço um som doce e familiar, oh, sim... Esse crepitante soar
dos sapatos negros e brilhantes nas pedras da calçada, que por esta altura
invadem as ruas das minhas cidades... Quão familiar eles me são... E quanta
saudade eles me trazem! Oh negra capa!!!.... Porquê? Porque já não cobres os
meus ombros? Porque me levaste de ti deixando em minh’alma a tua cor? Hoje,
apenas tu restaste, tu, e esses símbolos que guardo daquela ultima noite que
não esquecerei.... Agora, resta-me apenas o acordar a cada dia para mais uma
correria, para a qual tu supostamente me preparaste. Ainda assim, a saudade
surge, a lágrima cai... Fico aqui e sentado espero, bebendo mais um copo desse
amargo veneno que a noite me trás, confortando a saudade do meu próprio ser.
Confortando a saudade de ti, ou será de mim? Já não sei... Oh, quão suavemente
as nossas essenciais se fundiram nessas noites escuras...
O
negro da capa, o branco da calçada, o negro da noite e o luar... Eu, tu... o
meu beijo e o teu abraço... Oh, memórias, doces e amargas memórias, não de
deixem fugir de mim...
Your Fallen Angel